quinta-feira, junho 26, 2003

Boa Tarde Irm?s e Irm?os de Mundo

Quase dez dias que eu n?o escrevo nem ao menos 1 linha. Diria 1 mês desde que eu escrevi alguma coisa que pudesse ser digna de nota. A grande culpada disso tudo é a faculdade. Fiquei t?o estressado com todas as coisas que tinha, que n?o conseguia nem ao menos parar para falar algo. Provas, trabalhos, e agora, semana que vem terei dois exames na quarta-feira. J? vi que ser? o meu fim =(

Temo reprovar em F?sica III. Seria a minha terceira reprovaç?o, o que levaria a minha situaç?o a um n?vel deveras cr?tico e preocupante. Passarei o final de semana estudante para essa prova. E para a de 404, a matéria que eu n?o posso bombar de novo, porque me deixaria em uma situaç?o cr?tica na faculdade. Percebo cada dia que passa que n?o nasci para estudar. Nasci para pesquisar.

S?o pequenos detalhes, pequenas quest?es que nos mostram essa realidade cruel. Eu n?o consigo me aprofundar em nenhum assunto, tenho a constância de saber e interpretar bem o b?sico. Mas o meu n?vel de racioc?nio para por a?. Quando h? muito envolvido eu travo. N?o consigo seguir em frente. Demoro, sou extremamente lento para agraciar os conhecimentos.

Fico pensando no que levou tantas pessoas a me considerarem inteligente por tantos momentos e por tantos motivos. Sim, eu sou um posso de cultura in?til. Tenho uma vasta gama de conhecimentos sobre uma quantidade absurda de assuntos. Mas n?o poderia diletar com muita profundidade sobre nenhum deles. Me preocupei durante tanto tempo em saciar a minha sede de novidades, que nunca consegui passar do n?vel médio de nenhuma delas. Parei no tempo. E simplesmente fui incapaz de seguir em frente.

N?o sei dizer se é medo de falhar. Ou se é simples incompetência da minha parte. Mas eu n?o consigo me separar dessa faceta da minha personalidade. Tenho medo de como isso vai continuar influenciando na minha vida acadêmica.

Vejo que n?o nasci para o mundo de exatas. Sim, eu amo matématica, e sou um apaixonado por computadores. Mas s? isso n?o é suficiente para permitir que você sobreviva a esse mundo. "Faça aquilo que é capaz de fazer". Todo ser humano tem um limite para o seu desenvolvimento, todo ser humano tem um n?vel que ele consegue alcançar. Eu acho que j? alcancei o meu. Temo cada dia que passa qualquer coisa que possa vir pela frente. Qualquer matéria que eu tenha que fazer. Qualquer estudo que tenha que seguir. Ou livro que tenha que ler.

Lembro muito bem de como sempre achei que o meu grande problema era começar as coisas. Por um ponto inicial, um instante t0. Mas, a cada dia que passa, percebo também que n?o sei terminar. Eu demoro para começar, quando começo me empolgo, mas um esp?rito hedonista, e uma vis?o deturpada do Carpe Diem fazem com que eu n?o consiga levar isso a cabo durante muito tempo. Parando na primeira dificuldade, a n?o ser que algo maior me faça super?-la. E normalmente é s? um amigo que é capaz de fazer isso.

Amigos. Lembro bem que até hoje eu n?o consigo estudar sozinho. A solid?o me desconcentra, me amedronta, me atrapalha completamente. Por isso fui morar no Castelo de Lego, assim a constância de pessoas na casa, me faria sair da depress?o na qual eu me encontrava. Mas em contra partida, a quantidade de distraç?es que ent?o passaram a estar a minha volta, me faziam n?o querer me concentrar no que eu precisava fazer. Meus exerc?cios, meus trabalhos, minhas leituras.

Sempre pensei nessa minha necessidade de ter alguém ao meu lado para estudar, como uma coisa que poderia ser positiva, afinal, "Duas cabeças pensam melhor do que uma." e a outra pessoa poderia corrigir os meus erros. Mas hoje percebo, o grande sintoma que era essa situaç?o, e eu nunca fui capaz de divis?-lo. Eu n?o sei criar. Eu n?o tenho um esp?rito concreto inventivo que valha. N?o sei começar, simplesmente porque n?o tenho iniciativa. N?o sou capaz de fazer algo novo. Acho que s? escrever hist?rias, criar personagens. Porque nem para sites, algo do qual eu deveria me orgulhar de fazer bem, eu consigo fazer sozinho. Os dois melhores layouts da minha vida, um foi idealizado pelo Felipe, e o outro corrigido por ele. Ou seja, de autoria pura e simples minha, s? o meu blog e o Blog da Triana.

Dessa forma, chego a conclus?o de que eu n?o sei raciocinar. Associo rapidamente idéias diferentes. Gerando correlaç?es, aproximaç?es e prevendo determinadas situaç?es. Mas sou impossibilitado de fazer algo novo. Acho que esse é um dos grandes motivos pelo qual eu sempre tenho uma m?sica na cabeça, para qualquer situaç?o ( lembra da viagem para S?o Paulo, Daya? ). ? por esse motivo também, que eu consigo "advinhar os pensamentos" das minhas amigas mais ?ntimas. Dado que eu conheço as vari?veis do problema, sou capaz de pegar um problema semelhante, o qual eu tenha conhecimento, e aplicar a mesma soluç?o e os mesmos parâmetros ao que se exp?e perante a minha pessoa. E o que se torna ent?o, a minha d?vida para ajudar as minhas amigas, se torna a minha mais profunda perdiç?o.

A facilidade que eu tinha quando novo, para aprender as coisas na escola, é uma prova cabal disso. Era o b?sico, o trivial, e o trivial para mim é f?cil. Quando as equaç?es de F?sica, de Movimento, eram todos ideias ( sem atrito, sem resistência do ar, gravidade igual a 10m/s2 ) tudo era f?cil. Tirava dez, uma beleza. Mas a? vieram ângulos, forças contr?rios. E foi quando eu comecei a ir mal. Fiz C?lculo I. Integral, derivada, limite. Foi f?cil. Fiz c?lculo 2, Integral de Linha, foi sofr?vel. Eu demoro, mais consigo passar o primeiro patamar, j? os patamares seguintes, os novos degraus para me levar ao meu objetivo s?o quase intranspon?veis. De uma forma ou de outra, eu acabo tendo problemas.

Devagar.... O tempo é uma coisas que eu n?o consigo controlar. ? um grande inimigo meu também. Demoro tempo demais. Duas, três vezes o tempo que os outros levam, para conseguir compreender corretamente um conceito, uma idéia, a n?o ser em raras exceç?es. Problema visualmente percept?vel na minha relaç?o para a minha turma, dos 94, eu sou o n?mero 92 em aproveitamento. O que mais teve reprovaç?es, e o que passou mais vezes por pouco em uma matéria. Pelo simples fato de que eu demoro mais do que eles para aprender qualquer coisa. Para simplesmente, compreender o que est? acontecendo.

A minha prolixidade falando também é sintonm?tica nesse ponto. Como preciso de muito tempo, e de muitas repetições para captar qualquer conhecimento. Eu abranjo as demais pessoas nesses espectro, e ajo da mesma forma com elas. Me repetindo, buscando que elas tenham um entendimento perfeito do que eu disso. Ou mesmo, para eu captar o que estou dizendo, reprossessar a informação, e absorver mais um pouco de tudo isso.

Desculpem o desabafo, mas eu estava precisando.